OVÍDIO (poeta latino) → Metamorfoses
Confesso ter amado todas as mulheres:
as altas ou baixas, louras ou morenas, esbeltas ou opulentas,
instruídas ou ignorantes, contanto que fossem belas
e não tivessem ultrapassado o sétimo lustro de vida
Publius Ovidius Naso (43 a.C.-17 d.C), vulgarmente Ovídio Nasão, foi o mais prolífero poeta romano. Além de um vasto poema mitológico (Metamorfoses) e de um poema didático (Fastos), deixou-nos vários livros de elegias, que pertencem a duas fases, anterior e posterior ao exílio, a que foi condenado, quer pela sua arte poética considerada obscena, quer pelo relacionamento escandaloso com Júlia, sobrinha do imperador Augusto. Ele tinha consciência de sua fraqueza moral ao afirmar: "vejo o bem e o aprovo, mas sigo o mal". Da primeira fase é o grupo das elegias eróticas: Amores (três livros), onde descreve suas relações amorosas com a jovem Corina; Ars amatoria, uma espécie de tratado científico sobre o modo de conquistar o amor das mulheres ou dos homens; Remedia amoris, em que o poeta ensina aos homens como se libertar das garras das mulheres; Medicamina faciei, um tratado de cosmética feminina. À fase do exílio pertence a coletânea de elegias Tristia e Epistulas ex Ponto, em que o poeta chora sobre sua triste condição de exilado e pede o auxílio de amigos em Roma para que convençam o imperador a decretar seu retorno. Ovídio é considerado o grande mestre da poesia erótica, exercendo influências nos melhores líricos da literatura ocidental.