PARAÍSO (Éden, espaço utópico) → Olimpo → Dante → Milton
O Senhor plantou um jardim no Éden, no Oriente,
e aí colocou o homem que havia modelado.
Do grego paradeisos, nas teologias antigas e modernas, o paraíso indica um espaço utópico, onde viveriam as almas dos justos após a morte. Várias religiões imaginam que este lugar de bem-aventurança já existia anteriormente, mas o homem dele foi expulso por pecados cometidos. O mito do "Paraíso Perdido" registra sua permanência na cultura ocidental desde que o livro bíblico do Gênesis narrou a expulsão de Adão e Eva do Éden. Na mitologia greco-romana, o espaço utópico da felicidade era o Olimpo para os deuses e o Parnaso para os mortais. Na Ciropédia, biografia romanceada do imperador persa Ciro, o Jovem (424? – 401), escrita pelo historiador grego Xenofonte, o lugar de descanso eterno é chamado de "Pasárgada", nome retomado pelo poeta Manuel Bandeira. A maioria das civilizações apresenta algum herói em busca de uma terra perfeita para se viver em paz (Odisséia de Homero, Eneida de Virgílio, Divina Comédia, de Dante, Paraíso Perdido, de Milton). No romance Horizonte Perdido, de James Hilton, levado para o cinema por Frank Capra, o lugar da felicidade eterna está situado numa montanha do Tibet. Pintores e astros do cinema contemporâneos foram buscar a felicidade em alguma ilhota do Pacífico: Paul Guaguin (que tentou representar num seu quadro "De onde viemos, Quem somos? Aonde vamos"), Marlon Brando, Nicole Kidman. O desejo de procurar um lugar de paz absoluta, que tanto inquietou os escritores românticos, até hoje continua inalcançável, pois, como diz Marcel Proust, "os verdadeiros paraísos são os paraísos que perdemos". Na verdade, o paraíso não é um lugar, mas um estado de espírito, a nostalgia de algo que se perdeu e que se sonha em reaver.