TÂNTALO (figura mitológica, condenada a um suplício eterno)
Narra o mito que Tântalo, filho de Júpiter e de uma Ninfa, cometeu vários crimes: roubou o néctar e a ambrosia do Olimpo para agradar suas amantes; apossou-se do cão do pai; matou seu próprio filho Pélope, oferecendo as carnes num banquete dos deuses. Como castigo, Júpiter o precipitou no Tártaro (→ Inferno), condenado-o a padecer fome e sede eternas. Mergulhado num lago até os joelhos ou (segunda outra versão do mito) em baixo de uma enorme pedra, prestes a cair, via a água fugindo-lhe dos lábios e as frutas das árvores escapando-lhe das mãos. O mito de Tântalo foi muito explorado na cultura ocidental, especialmente no Inferno de Dante. No sentido genérico, Tântalo simboliza a oferta de bens alheios como se fossem próprios e a insatisfação inata do ser humano, que aspira sempre a algo mais. À medida que se aproxima do objeto do seu desejo, este desaparece e a ávida busca prossegue sem fim. A água que foge e os frutos que se afastam simbolizam a perda do sentido da realidade, que se transforma em alucinação. A felicidade está sempre um passo à frente, na porta ao lado, na mulher do vizinho.