O veado e a moita
Perseguido por caçadores crueis esconde-se o veado, bem quietinho, em certa moita de folhagem cerrada. O abrigo era seguro, e tanto que por elle passaram os cães sem perceber coisa nenhuma.
Salvou-se dess'arte o veado. Mas, ingrato e imprudente, apenas ouviu latir ao longe o perigo, esqueceu o beneficio e pastou a bemfeitora, despindo a moita da espessa folhagem amiga.
Fez e pagou.

Dias depois voltaram á carga os caçadores. Acuam-no os cães e elle, veloz, corre em procura da moita. Ai! Victima da sua ingratidão, a moita, nua de folhas e reduzida a varas, não mais poude escondel-o, e o triste veadinho acabou estraçalhado pelo dente dos cães impiedosos...


Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.

