XXXVIII

O Endemoninhado


Cobriu um véu o Sol. Lua da minha vida,
Faze o mesmo tambem, veste um roupão de luto;
Não fales, por quem és! dorme ou fuma um charuto;
Esconde o teu sorrir, mostra-te aborrecida;

Gósto de ti assim! Mas se queres, louquinha,
Como um astro que deixa a treva acostumada,
Hoje ir resplandecer na alacre mascarada,
Bem ’stá! Lindo punhal, sae da tua bainha!

Transforma o teu olhar em brilhantes candis!
Faz’render a teus pés milhares de imbecis!
Embriaga-te a valsar, desvenda o corpo nu!...

Faças quanto fizer’s, noite negra ou aurora,
Só me darás prazer!... Todo o meu ser peróra,
No fogo da paixão: — Amo-te, Belzebu!