GONÇALVES CRESPO
Esta musa da patria, esta saudosa
Niobe dolorida,
Esquece acaso a vida,
Mas não esquece a morte gloriosa.
E pallida, e chorosa,
Ao Tejo vôa, onde no chão caida
Jaz aquella evadida
Lyra da nossa America viçosa.
Com ella torna, e, dividindo os ares,
Trepido, molle, doce movimento
Sente nas frouxas cordas singulares.
Não é a aza do vento,
Mas a sombra do filho, no momento
De entrar perpetuamente os patrios lares.