Sarah.


A curiosidade de conhecer Sarah Bernhardt levou-me a S. Paulo. Vi-a no velho casarão do Polytheama. Sua cabelleira parece a de uma grande boneca. Abundante e loura como o sol. Sua famosa voix d´or, porêm, denuncia a acção erosiva do tempo. Já nos graves lhe escapam rouquidões, como desharmonias de Wagner enxertadas em melodia italiana. Sarah, entretanto, inda é Sarah. Inda arrasta toda uma cidade ao theatro e o faz estremecer sob o fragor das ovações. Todos falamos della com a ternura saudosa das boas amizades antigas. Só as mulheres franzem os labios. Os homens dizem ainda — a divina Sarah. As mulheres: a velha Sarah...

Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.