A miseria.


FUI a X, cidade vizinha. Que horrivel impressão! Mendigos repellentes, seres disformes, amarellos, pardos, negros, cobertos de farrapos immundos, defeituosos, magros, inchados, capengas, bichentos, duma ascosidade sem nome, a vagarem pelas ruas ermas com a cantilena monotona. nos labios: "Esmolinha, por amor de Deus!" E o povo, á custa de moedas de cobre, mantem á face da terra o bando de desgraçados. Mantem. Conserva. Não procura outra solução, mais energica, mais limpa — ou eliminal-os ou asylal-os. A caridade manda isso, disse-me um catholico pratico... A caridade manda conservar, não corrigir, não solver o problema. E esse caridoso deblaterou contra a assistencia da eugenia norte-americana, preventiva, curativa, intelligentissima, porque "aquillo não é caridade". Caridade é isto: conservar a chaga.

Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.