Redução dos Casos

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As funções de um nome no latim clássico eram indicadas pelos casos às vezes acompanhados de preposição. Esse emprego da preposição já demonstra a tendência de tornar analítica a língua, porque os vários casos do indo-europeu se reduziram no latim a seis (ou mesmo sete, se incluirmos o locativo, ainda encontrado em domus, humus, rus e nos nomes de cidade), e, destes casos, alguns se pareciam entre si, ou mesmo eram iguais na forma, podendo ter muitas funções; era necessária a ajuda das preposições para determinar-lhes o campo de ação ou acrescentar-lhes algum matiz no sentido. Isto fez com que houvesse no latim popular duas formas para representar a mesma função: uma sintética (com a desinência) e outra analítica (com a preposição). Deste modo, para se dizer: ao poeta, havia as formas paralelas poetæ (dativo) e ad poetam, assim como para indicar o mais-que-perfeito temos em português, por exemplo, fizera e tinha feito. É lógico que a segunda (ad poetam), por ser mais clara, sobrepujou a primeira, a qual acabou em desuso. Igual transformação teve o genitivo e o ablativo. O vocativo já no latim clássico se igualava ao nominativo: é essencialmente um aposto do pronome de segunda pessoa (geralmente sujeito).
O acusativo não desapareceu mas substituiu os outros casos. A razão é que a máxima parte das preposições regia o acusativo, e o povo começou a empregar com este caso as poucas que pediam o ablativo. Restaram portanto dois casos:

Nominativo caso do sujeito, do predicativo, do vocativo
Acusativo caso de todos os complementos