um pouco curioso, confesso-te, encontrei o piano aberto, mas a sala deserta... Logo, esta mulher é uma mulher educada,; desenha, aí está esse lírio, que o prova; sabe música e escreve com firme caligrafia. Glória tem aqui uma excelente companheira e a minha casa uma alma inteligente, que lhe faltava desde a morte de Maria, que aliás não era tão prendada... Enfim, enquanto eu me visto, examina essa caderneta, acolá, naquela mesa...
– Para quê, meu velho? Só a ti compete isso. Eu não entendo de cifras. Mesmo de almas, apesar de me ter dedicado a elas, cada vez entendo menos... Estou um ignorantão.
– Almoças comigo? almoças, sim, e vais ver o que é uma mesa bem posta; sempre com flores e com frutas. Esta mulher deve ter sido criada com luxo. Noto que ela gosta de rendas... Enfim, estou contente!
– Lamento.
– Hein?
– Lamento.
– Estás doido!
– Não.
– Explica-te. Ah! já sei! pensas talvez que estou apaixonado?! Quem me dera, Assunção, que assim fosse! Não sei que filtro misterioso tinha a minha pobre Maria, que não me deixa amar mais ninguém!... Se eu fosse espírita