– Não! o Feliciano levava um recado. Ia com uma carta minha, corrigiu Argemiro.
– Por isso ela discutiu leis com tanto apuro! Parabéns. É uma mulher estonteadora...
– Não sei, a minha carta era acerca de negócios; ela é minha cliente.
– Homem puro, que nem sabe se as suas clientes são ou não são bonitas! Eu confesso-me pecador impenitente: quando vejo uma saia levanto logo os olhos para ver se o rosto da dona é feiticeiro! Tape os ouvidos, padre Assunção!
O padre sorriu e não desviou os olhos da leitura.
– Pecar ainda é e será a coisa melhor da vida, – continuou o Armindo – pecado de amor, está claro. Ah, e neste Rio de Janeiro, por melhor que seja a vontade de resistir, ninguém foge à tentação! Você conhece o dr. Aguiar?
– O da Caieira?
– Esse mesmo. Pois quando pretende alguma coisa da Câmara ou dos ministros, manda a mulher às secretarias ou à casa dos deputados. A mim procurou-me ela um dia no hotel, e como o negócio era reservado, tive de falar-lhe no meu quarto. O salão estava cheio. Ia linda!
– E?...
– O Aguiar entrou numa centena de contos; aliás, a pretensão era justa; todavia, se a mulher fosse