Perfeita, a minha governanta! Se tem defeitos, nunca os deixa transparecer... Nem é possível que os tenha...

– Estás doido! Ela é uma mulher como muitas; somente cuidadosa de não perder um emprego bem remunerado; mais nada.

– A esta acusas!

– Não. Esclareço-te. Jogaste uma cartada, foste feliz, dá-te por bem pago por estes largos meses de tranqüilidade. Supondo que tua sogra se incompatibilize com a d. Alice, acharás depois outra governanta nas mesmas condições. Esta é tão perfeita como será a outra, desde que tenhas com ela as mesmas exigências que tiveste com esta...

– Pensas então que seja só movida pelo interesse pecuniário que ela tão bem se desempenha de tudo?

– Penso... que isso concorrerá!

– Pensas que só o interesse de agradar e de conservar um emprego mesquinho dite as lições de moral e de desenho que ela dá a Glória?!

– Concorrerá...

– És mau; ou não és sincero! Eu falo com imparcialidade, porque, como sabes, ela para mim não é uma mulher, mas uma alma. Não a vejo, não lhe toco, a sua imagem material é-me tão indiferente como um pedaço de pau ou uma pedra. Para mim, basta-me a sua representação, neste aroma, peculiar dela e que erra sutilmente