– D. Glória?

– Que é? – respondeu ela de dentro.

– Sua avó está chamando a senhora...

– Diga a vovó que já vou. Estou desenhando!

A baronesa exasperava-se, passeando na sala de jantar. E como a menina não aparecesse logo, ela gritou:

– Feliciano!

– Senhora?...

– Então?

O negro sorriu malevolamente:

– Estão conversando...

– Bata outra vez! Diga que venha já! Desaforo!

Feliciano voltou a bater, maciamente, sem impaciência.

– D. Glória?

– Já vou! Diga a vovó que espere só um bocadinho...

Era demais! Aquilo precisava ter um fim. Até a neta lhe desobedecia! Sim, senhores! A obra da outra estava completa! A não ser o negro, todos conspiravam contra ela. Até o marido... até a filha da sua filha!

Pela porta aberta da saleta ela via na parede fronteira o retrato da filha, muito desbotado, esvaindo-se, cercado por uma moldura de ébano.

“Enquanto eu viver, meu amor, será lembrada a tua última vontade... não me esqueci;