Glória, já de pé, punha em ordem a sua pasta de desenhos, e Alice cosia perto da janela, quando a baronesa, empurrando com força a porta do quarto, apenas encostada, entrou, lívida de raiva, no aposento.
– Vovó!
Alice levantou-se, perplexa.
– Já, lá para dentro! não ouviu? Há que tempos a mandei chamar e a senhora é assim que obedece às minhas ordens?! Quem manda aqui? Sou eu, ou é aquela mulher? Diga!
– Vovó... eu...
– Nem uma desculpa! Não quero ouvir mais nada! Tudo é mentira! Já; lá para dentro! E não me torne a pôr os pés neste quarto.
– Vovó...
– Cale a boca! ande!... ande!
E, pela primeira vez em sua vida, a baronesa empurrou com as mãos fechadas, brutalmente, o corpo da neta.
– Saia daqui! já disse! Rode depressa, antes que eu perca a cabeça! Fuja! que está-me ficando perdida pelas más companhias!
E, sem interromper o tom de fúria, com os olhos vermelhos, a papada trêmula, voltou-se para Alice:
– Quanto à senhora, não é precisa para nada aqui. Se fosse outra teria compreendido que já é demais. Eu sou suficiente para tomar conta da