Argemiro calou-se, olhando atônito para o amigo. Quem sabe?
E depois:
– É pena que não me possas dar informações completas... Ela... nunca te fez confidências... não terá intenções?...
– De quê?
– Casar, por exemplo! Que diabo!
– Deve ter. É moça... Não sei. Minha mãe gostou dela...
– Ah! D. Sofia viu-a?
– Levou a Glória a visitar-nos uma tarde, e enquanto eu mostrava as flores e a vista à tua filha, ela entreteve-se com minha mãe.
– E d. Sofia então disse-te?...
– Que aquela moça faria a felicidade do homem com quem se casasse. Sabes a mania casamenteira de minha mãe. Ela julga, como foi feliz, que a única felicidade perfeita na terra é a da família... Quantas vezes a surpreendo com os olhos nublados sobre a minha batina de celibatário! Então, para vê-la sorrir sabes o que eu faço? Carrego ao colo os seus petizes, que estão lindos e nédios como leitõezinhos. E a verdade é que já os amo também, a ambos. O Jorge adormece à noite nos meus braços; enquanto minha mãe cose, embalo-o na cadeira de balanço, até vê-lo pegadinho no sono. Ao princípio eu fazia isso para dar satisfação à