entrar na sala, onde o esperava um olhar de censura do padre.

Pouco lhe importou. Alma de negro não é alma de cão. Senão, veriam daí por diante quem mandaria ali!



Quando Argemiro desceu para o almoço, foi avisado de que a sogra o esperava na sala de visitas. A conversa precisava discrição, – imaginou logo do que se tratava. Ia ser bonita, a história! Onde se teria metido a Alice? Vinha-lhe agora uma curiosidade doida de a ver!

Na sala encontrou os sogros e Assunção, com um ar de solenidade que o desorientou.

A baronesa derramava pelo sofá as dobras de sua saia, em frente ao retrato da filha, suspenso sobre um guéridon, entre dois grandes jarrões cheios de rosas brancas. “Só faltam as velas!...” – pensou consigo Argemiro, dando com a vista naquela espécie de oratório.

A sogra, emagrecida e pálida, chamou-o para seu lado, e antes mesmo de qualquer cumprimento, foi-lhe dizendo:

– Meu filho, de acordo com a última vontade daquela que está ali, despedi ontem a sua governanta. Sei que lhe dou um desgosto com isto e lamento-o; mas a minha consciência impunha-me este ato de salvação para a sua alma e de paz para o espírito amoroso da nossa pobre Maria!