– Parecem uns bigodes! – retorquiu Argemiro para fazer zangar a filha. E depois de a beijar nos olhos: – E a respeito de estudos?

– Isso! fale-lhe nisso! É uma vadia de força... o avô não se cansa de a chamar e de ensinar-lhe as lições. Mas santos de casa...

– Pois chamemos os de fora. Vai buscar os livros, Glória.

– Ora, papai... depois... eu...

– O que ela quer é andar como os cabritos, aos saltos e correrias... eu, enfim, consinto nisso, porque com aquele crescimento não deve haver sujeição... Graças a Deus, ela tem uma saúde de ferro.

– Por isso mesmo precisa ter outros modos... se a puséssemos em um colégio?

Pelos olhos da baronesa passou a sombra de um desgosto e ela disse:

– Se quiserem matá-la...

O barão protestou:

– Isso nunca. Colégios nem para rapazes. São lugares de perdição. O que temos a fazer é interessá-la pelo estudo.

– Mas como?

– Há de haver um meio... Ó Glória, vai tocar a tua última lição, anda. A professora de música não está descontente...

Glória amuou.

– Eu não sei nada!

– Como não sabes?! Vai tocar!