instruída, solidamente instruída, mamãe, e eu quero, eu exijo que minha filha o seja.
– Está direito, mas sempre quero saber se o sacrifício do estudo tem compensações verdadeiras! Andar atrás de uma pobre criança o dia inteiro, fazendo-a conjugar verbos e compor e recompor orações gramaticais, atirando-lhe para dentro da cabeça nomes de terras e complicações matemáticas; curvar-lhe a espinha em cima de mapas e linhas geométricas, cansar-lhe a vista antes do tempo, roubando-lhe a liberdade que dá saúde, alegria e ousadia, olhem que não me parece obra de amor nem de caridade! Eu, cá por mim, confesso: fujo da sala de estudo quando vejo meu marido chamar a neta para a lição...
– Eu imagino que ele há de ser muito ríspido... – comentou Caldas, sorrindo. Argemiro pegou nas mãos da sogra e disse:
– Mamãe, talvez a senhora tenha razão; mas a verdade é que Glória já chegou a uma idade em que não deve ser tratada como o animalzinho amimado que é. Precisamos prepará-la para o futuro, que é sempre incerto. Imagine que um dia, que infelizmente há de vir, faltem à nossa Glória os seus cuidados, os do avôzinho e os meus... que será dela, se for uma ignorante, ela que é tão impulsiva e... tão geniosa; hein?