– Não, filha; ela tem a sua mesa.
– Então cada criado aqui tem a sua mesa? Lá em casa...
Feliciano riu-se. Argemiro atalhou:
– Não digas mais. D. Alice não é uma criada; representa aqui a dona da casa.
– Tal qual como se fosse mamãe?
Feliciano olhou de esguelha para o patrão:
– Tal qual, não: basta dizer que à d. Alice eu não a vejo nunca, e que estava sempre ao pé de tua mãe; mas para manter a ordem da casa e dirigi-la, é como se fosse.
O ciúme da avó relampejava agora nos olhos da neta. Glória olhava para o pai numa atitude de desafio.
Toda ela crescera em um instante, como se a raiva a insuflara; e no momento mesmo em que ia formular um protesto, que lhe custava a articular, o padre Assunção entrou na sala, dando risonhamente as boas-noites.
Argemiro despegou vagarosamente os olhos da filha e ficou por um bocado alheio a tudo o mais, sem responder aos cumprimentos do amigo.
– Que tens tu?! – perguntou-lhe o padre, que lhe pousou no ombro a mão espalmada, depois de ter abraçado a menina.
– Nada... Chegas a propósito; vem ao meu escritório. Glória, vai tocar um pouco; experimenta