o teu piano, enquanto d. Alice acaba de jantar.

– Eu não preciso dela!... – resmungou a menina, dirigindo-se para a sala.

– Ouviste? Eu não preciso dela! A prevenção da minha sogra imbuiu no espírito de minha filha uma antipatia medonha por esta pobre moça que tenho em casa e que ainda verdadeiramente nenhum de nós conhece! Ora, eu preciso de uma mulher em casa, exatamente para poder chamar minha filha a mim, e gozar, embora fortuitamente, a sua companhia; e vem-me a criança cheia de azedumes e idéias preconcebidas contra a única pessoa a quem posso confiá-la! Como há de ser?

– Fazer com que se estimem.

– Mas como?! Sem convivência, e com más insinuações... não há amizade possível. A minha filha tem ciúmes! Herdou o tormento da mãe, que tão bem conheceste, e o único defeito da avó... isto é, herdaram ambas, dela, o mesmo sentimento, porque só são ciumentas de mim! Minha sogra confessa nunca ter tido ciúmes do marido, e, entretanto, não dou um passo em que não sinta a sua vigilância! A alma da filha parece ter se encarnado nela, e é essa talvez a atração poderosa que me chama a si... mas esse excesso de zelos vai estragar-me a pequena... Não imaginas o gesto de revolta que ela fazia no momento em