essa velha Cidade das Palmeiras que Herodes cobrira de thermas, de templos, de jardins, d’estatuas, e onde passaram os seus tortuosos amores com Cleopatra... E eu, á porta da tenda, escarranchado n’um caixote, fiquei a tomar o meu café, olhando os pacificos aspectos do nosso acampamento. O cozinheiro depennava frangos; o beduino triste areava á beira d’agua o seu pacato alfange; o nosso lindo arrieiro esquecia a ração ás egoas para seguir no céo, d’um brilho de saphira, a branca passagem das cegonhas voando aos pares para a Samaria.
Depois puz o capacete, fui vadiar na doçura da manhã, de mãos nos bolsos, cantarolando um fado meigo. E ia pensando na Adelia e no snr. Adelino... Enroscados na alcova, beijando-se furiosamente, estavam-me talvez chamando carola, emquanto eu passeava alli, nos retiros da Escriptura! Áquella hora a titi, de mantelete preto, com o seu ripanço, sahia para a missa de Sant’Anna: os creados do Montanha, esguedelhados, assobiando, escovavam o pano dos bilhares: e o dr. Margaride, á janella, na praça da Figueira, pondo os oculos, abria o Diario de Noticias. Ó minha dôce Lisboa!... Mas ainda mais perto, para além do deserto de Gaza, no verde Egypto, a minha