do seu guardasolinho fechado e do seu chapéo de papoilas...
— Que descarada! gritei eu, varado. Então com um italiano? E gostando d’elle? Ou só negocio?... Hein, gostando?
— Babadinha, balbuciou Alpedrinha.
E, com um suspiro, atroou o Hotel de Josaphat. Perante este ai, repassado de tormento e de paixão, relampejou-me n’alma uma suspeita abominavel.
— Alpedrinha, tu suspiraste! Aqui ha perfidia, Alpedrinha!
Elle baixou a fronte tão contritamente que o turbante lasso rolou nos ladrilhos. E antes que elle o levantasse já eu lhe empolgára com sanha o braço molle.
— Alpedrinha, escarra a verdade! A Maricoquinhas, hein? Tambem petiscaste?
A minha face barbuda chammejava... Mas Alpedrinha era meridional, das nossas terras palreiras da vangloria e do vinho. O medo cedeu á vaidade, — e revirando para mim o bugalho branco do olho:
— Tambem petisquei!
Sacudi-lhe o braço para longe, cheio de furor e de nojo. Tambem aquella — com aquelle! Oh, a Terra! a Terra! que é ella senão um montão de coisas pôdres, rolando pelos céos com basofias d’astro?