A Ana chegou uma vela, fazendo com a mão anteparo, para que a claridade não batesse no rosto da doente.
- Erraram a fórmula! Erraram como burros! gritou o doutor lendo com atenção o rótulo e mirando a cor opalizada do remédio,
Ernestina voltou-se; o médico abrira o frasco lambia a ponta do dedo molhada no xarope.
- Peço remédio e mandam-me veneno, resmungou o médico zangado, pousando o vidro sobre a cômoda.
- E agora? perguntou-lhe Ernestina.
- Agora é preciso mandar buscar outro.
- Chamem o João! Gritou a viúva para dentro.
O médico escreveu, exigindo que fossem a outra farmácia.
- Eu não quero que minha filha morra! gemeu Ernestina
- Não morrerá, descanse...
- Não me engana, doutor?!
- Estas doenças cerebrais são graves, gravíssimas... mas espero que havemos de triunfar.
- Oh! O senhor não tem certeza!
- Sua filha tem um temperamento sangüíneo, muito forte... mas, Senhor, que determinaria isto?!
Era a vigésima vez que ele fazia aquela pergunta. Ernestina suspirou, muito opressa.