os seus gestos e os seus ditos, como se tratassem de uma morta.

O arrependimento de Luciano crescia, à vista da doente. Já nada esperava, não podia à força de amor resgatar culpas as antigas... Todas as noites saía daquela casa pensando em não voltar... que ia fazer ali, entre duas mulheres, vítimas do seu capricho de homem gasto pelos prazeres e pelas dores da vida? Ele não era mau afinal... como se tinha deixado levar tão levianamente, em tudo aquilo?! Julgara talvez todas as mulheres iguais... Habituara-se à vida frívola longe da família, do meio de que se afastara para correr boemiamente, alegremente, dos salões fáceis para os cafés, e os teatros, sem afeições sérias, sem preocupações, sem trabalho, gastando as forças e adquirindo vícios.

Depois toda aquela história tinha começado como uma simples flirtation leve e risonha... Este desenlace agora enchia-o de pavor e procurava salvar a sua consciência sem encontrar auxílio... Outras vezes exagerava as suas faltas, revolvendo idéias, penitenciando o seu espírito decaído...

Os médicos faziam repetidas visitas ao dia; as enfermeiras eram incansáveis e o tempo ia cada vez mais azul e formoso. Luciano subia todas as tardes, ficava até meia-noite e descia atormentado, sozinho, dizendo consigo que estava tudo acabado, bem acabado...

Entretanto a viúva chorava e teimava por sair