Ernestina ficou silenciosa, com as mãos trêmulas, a vista pasmada nas cores vistosas do bordado.
- Decididamente, eu não posso tolerar a presença desta menina! exclamou Luciano num desabafo.
- Oh!...
- Sou brutal? Desculpe, mas sou sincero.
- Ela é uma criança... ignora que...
- Uma criança!
- Então?
- Mas diga-me: que significação tem aquilo de estar sempre, mas sempre, referindo-se ao pai?!
- Amava-o muito.
- Embora, mas isso parece ou não parece proposital?
- Não!...
- Não?! As mães são cegas!
- Coitadinha, é tão inocente, a minha Sara...
- Não sei; mas confesso-lhe que só a sua vista me mortifica!
Ernestina levantou-se pálida e trêmula de indignação.
- Não lhe posso impor simpatia por minha filha, mas julgo estar no direito de ordenar que a respeite... ou...
- Ou que me retire?
Ernestina calou-se, sufocando na garganta os soluços.