concertos, dias inteiros fora de casa, em passeios onde se encontrasse Luciano. Ele vinha sempre muito atencioso, numa amabilidade discreta e delicada, conversar com Ernestina, que tinha assim a sua recompensa. Sara recebia com prazer e sem observação essas coisas, que a mãe explicava assim aos amigos:
- Sara tem dezoito anos... está no tempo de gozar, não lhe faltarão desgostos no futuro!
O seu amor por Luciano crescia como uma febre. Não pensava, não via outra coisa. Era sempre ele a povoar-lhe o espírito de sonhos. Nos bailes, como não dançava ainda, incitava-o a dançar com a filha, e no outro dia, indagava dela o que lhe tinham dito os pares, fazendo-a repetir as palavras de Luciano.
Sara ia contando, sem reparo, e confessava que fora ele o mais espirituoso entre todos os pares com quem tinha conversado.
Ernestina, lisonjeada, beijava a filha, muito alegre.
Todas as pessoas que elogiassem Luciano tornavam-se logo para ela muito simpáticas. Sabendo que o Rosas, velho e encarniçado inimigo do seu defunto marido, era o melhor e mais íntimo amigo de Luciano Dias, entrou a consagrar-lhe tal amizade que o convidou repetidas vezes, com insistência, para ir a sua casa. E isso aconteceu.
O Rosas cedeu à vontade da viúva e do amigo,