da Pérsia — Mirza-Mohamed amalgamara estas doutrinas com uma concepção mais abstrata e pura do Maometismo, e declarara-se Bab. Em persa Bab quer dizer Porta. Ele era, pois, a porta—a única porta através da qual os homens poderiam jamais penetrar na absoluta Verdade. Mais literalmente, Mirza-Mohamed apresentava-se como o grande porteiro, o homem eleito entre todos pelo Senhor para abrir aos crentes a porta da Verdade—e portanto do Paraíso. Em resumo era um Messias, um Cristo. Como tal atravessou a clássica evolução dos Messias: teve por primeiros discípulos, numa aldeia obscura, pastores e mulheres: sofreu a sua tentação na montanha: cumpriu as penitências expiadoras: pregou parábolas: escandalizou em Meca os doutores: e padeceu a sua paixão, morrendo, não me lembro se degolado, se fuzilado, depois do jejum do Ramadã, em Tabriz.
Ora, dizia Fradique, no mundo muçulmano há duas divisões religiosas—os Sieds e os Sunis. Os Persas são Sieds, como os Turcos são Sunis. Estas diferenças, porém, no fundo, têm um caráter mais político e de raça, do que teológico e de dogma; ainda que um fellah do Nilo desprezará sempre um persa do Eufrates como herético e sujo. A discordância ressalta, mais viva e teimosa, logo que Sieds ou Sunis necessitem pronunciar-se perante uma nova interpretação de doutrina ou uma nova aparição de profeta. Assim o Babismo entre os Sieds, topara