Como já dissemos, coube em sorte a Isaura sentar-se perto de Rosa. Esta assestou logo contra sua infeliz companheira a sua bateria de dicterios e remoques sarcasticos e irritantes.
— Tenho bastante pena de você, Isaura, disse Rosa para dar começo ás operações.
— Devéras! — respondeo Isaura, disposta a opor ás provocações de Rosa toda a sua natural brandura e paciencia. — Pois por que, Rosa?...
— Pois não é duro mudar-se da sala para a senzala, trocar o sofá de damasco por esse cepo, o piano e a almofada de cetim por essa roda? Por que te enxotárão de lá Isaura?
— Ninguém me enxotou, Rosa; você bem sabe. Sinhá Malvina foi-se embora em companhia de seo irmão para a casa do pae della. Portanto nada tenho que fazer na sala, e é por isso que venho aqui trabalhar com vocês.
— E por que é, que ella não te levou, você, que era o ai! Jesus della?... Ah! Isaura, você cuida que me embaça, mas está muito enganada; eu sei de tudo. Você estava ficando muito aperaltada, e por isso veio aqui para conhecer o seo lugar.
— Como és maliciosa! — replicou Isaura sorrindo tristemente, mas sem se alterar; — pensas então que eu andava muito contente e cheia de mim por estar lá na sala no meio dos brancos?... como te enganas!... se me não