riam, e aquelas risadas eram como um clangor de sinos reboando em torno dela. Os sons avolumavam-se, repercutiam no seu cérebro dolorido. Ele sabia! Mário sabia! Quem lhe teria dito? que boca imunda profanara aquele segredo, em que há tantos anos se encerrava? Seria a da Noca? E os outros da casa saberiam também?
— Veja, mamãe, que lindeza! gritou Lia apontando para um grande relvado do jardim onde tinham posto um grupo de bonecos pintados a cores, um menino e uma menina resguardados pelo mesmo chapéu de sol azul.
RacheI bateu palmas e deliberou que o menino se chamaria Joãozinho e a menina Maria.
— Maria, não! há de se chamar Cecília, protestou Lia.
— Há de ser Maria, há de ser Maria e há de ser Maria!
— É verdade, mamãe, que a menina se há de chamar Maria?
Camila não respondeu; sentou-se em um banco, e, em vez de olhar para os bonecos, pôs-se a olhar para as filhas, muito lindas, com os seus bibes brancos, e os cabelos soltos.
— Vocês gostam muito de mim? perguntou-lhes ela de repente. puxando-as para si.
— Eu gosto muito!