— Lá isso, você tem um pancadão. Feliz em tudo, este diabo!
Houve uma pausa.
— Realmente, insistiu Francisco Teodoro, o Gama Torres deu um cheque valente. Pois olhem, eu não dava nada por ele: um brasileirinho magro...
— E começou outro dia!
— De mais a mais, parecia acanhado... tímido...
— Qual! isso não! Conheci-o caixeiro, ali do Leite Bastos. Foi sempre um atirado; ali está a prova: fez um casão de um dia para o outro. Dou razão ao Inocêncio; aquele está talhado para ser o nosso Rottschild...
— Vejam lá, rosnou o Lemos com a papada trêmula e um brilho de cobiça nos olhinhos pardos, eu quis fazer o mesmo negócio e lá o meu sócio é medroso e: tá, tá, tá, é melhor esperar... Está aí!
— Fez bem, foi prudente! Deixem lá falar o Inocêncio. Senhores, o comércio do Rio de Janeiro é honesto e não se tem dado mal com o seu sistema, observou Teodoro.
— Sim, o Inocêncio aprecia isto de fora, por isso diz o contrário. Chama o comércio do Rio de Janeiro de ignorante e de porco.