Houve um curto silêncio, em que passou pelos olhos de todos a saudosa visão de uma escola rudimentar, em um recanto plácido de aldeia.
Depois de um suspiro, Teodoro concluiu:
— Que venham para cá os doutores com teorias e modernismos, e veremos o tombo que isto leva!
Entreolharam-se. A verdade é que tinham todos eles um soberano desprezo pelas classes intelectuais. Dai um sorrizinho de expressiva intenção.
Mais um pouco de palestra sobre câmbio, transações da bolsa e assuntos lidos no Jornal do Comércio do dia encheram um quarto de hora, que passou depressa. Por fim saíram, falando alto, dizendo que aquela casa cheirava a dinheiro.
Francisco Teodoro foi dar o seu giro pelo armazém. Vendo-o em baixo, seu Joaquim acudiu logo, limpando com a língua o bigode molhado de café, a dar informações.
— Estamos esperando o café do Simas.
O caminhão já está ai perto, mas ficou entalado entre os carroções do Gama Torres. Tem sido um despropósito o café que aquele armazém tem engolido.