— O senhor dá tudo às meninas e não come nada! observou Nina.
— Não tenho fome.
— Depois fica doente... por que não fala com o médico?
— Eu? para quê?
— Aqui está o café.
Engolindo o café, de um trago, Francisco Teodoro saiu apressado.
Noca foi espiá-lo à janela e veio dizer à Nina que seu Teodoro parecia outro homem; até mudara de andar. Contemplaram-se as duas, e foi ainda a mulata quem murmurou:
— Quem sabe se alguém disse de nhá Mila, hein?
As onze horas, quando se sentaram à mesa do almoço, já a visão de Teodoro se desvanecera. Deveria ser um mal passageiro.
A mesa era farta, o sol brilhante punha na sala manchas vermelhas, através do toldo riscado das janelas; sobre a toalha havia os mesmos excelentes vinhos e o mesmo excelente aroma de manacá. Nas jardineiras, os tufos rendados das avencas davam, como em todos os dias, igual aspecto de frescura à sala; as crianças rebentavam de saúde... Que mais seria preciso para que as horas voassem na vida como num sonho?