Francisco Teodoro corou, teve desejos de ser engolido pela terra; e tocando com os dedos trêmulos na aba do chapéu esboçou um sorriso e foi andando.
Já mal podia caminhar: um peso horrível nas pernas fazia-o retardar os passos, exatamente quando os queria acelerar; arrimava-se com força ao seu chapéu de chuva e remexia os beiços como se fosse a falar sozinho; era a secura, tinha um aperto na garganta, parecia-lhe ter engolido todo o pó das ruas.
Já não via ninguém, pouco se importava que o cumprimentassem; ia pensando em tomar o bonde na esquina; mas como não o visse ali em toda a extensão da rua, subiu pela calçada rente aos trilhos. Tinha andado alguns metros quando esbarrou com o Negreiros.
— Então? Todos bons? perguntou-lhe o outro com o ar constrangido de quem já fora informado do desastre e não quizesse aludir a ele.
— Todos bons... estou à espera do bonde.
— Isso às vezes demora... Eu não tenho paciência!
— Han... é aborrecido.
Pararam ambos, e chegando-se para a parede olharam para um coupé particular que roçou na calçada; dentro ia o Inocêncio, que os