só ingratos no mundo; você é um anjo. Aceito o seu agasalho; olhe por minhas filhas.
As gêmeas são muito pequenas, não têm educação... é o que mais me pesa! Ruth, essa tem talento e um recurso. Tenha também paciência com sua tia, é quem vai sofrer mais...
— O senhor há de lhe dar o exemplo de resignação.
— Sim. Você que entende disso? Vá dormir.
— Mas...
— Vá dormir.
Nina murmurou, muito embaraçada:
— Boa noite.
— Adeus, minha filha. Que Deus a faça feliz.
Ela saiu sem compreender bem os gestos desencontrados nem o sentido das palavras do tio.
Ele queria estar só. A dor fazia-o desconfiado, temia que o amor da família não subsistisse à catástrofe.
Em que fizera ele até então consistir a felicidade e o seu merecimentos aos olhos dela? No dinheiro, só no dinheiro. Ele era bom porque sabia cavar a fortuna, encher a casa de jóias, de fartura e de conforto. Ele era bom, porque, tendo partido de coisa nenhuma, chegara