Que fará agora esta gente toda? Talvez conte comigo...
Ah, mas eu não posso... eu não posso. Que trabalhem ! para isso Deus lhes deu cinco dedos em cada mão.
No meio dessas considerações acudia-lhe de vez em quando à lembrança o que estaria fazendo em casa a criada... não fosse ela dar entrada a alguém!
Ruth soluçou alto; d. Itelvina não se mexeu, mas disse consigo:
— Coitadinha...
E consigo ficou no canto da sala, recebendo em cheio a onda dos soluços, que ora decrescia pelo extenuamento, ora redobrava pela violência da comoção. O cheiro da cera, a chama trêmula das tochas, faziam-lhe mal à cabeça. Desculpou-se com isso, de não ajudar ninguém; parecia-lhe que a hora do enterro tardava; mas devia chegar, e enfim chegou.
Paravam carros à porta, a sala encheu-se de gente. O Lemos e o Negreiros choravam. Cresceu o sussurro de vozes e de passos, era preciso fechar o caixão. Ruth desmaiou; as gêmeas bradaram pelo pai. Nina acudiu a todos, com os olhos em sangue, e Camila, tirando o lenço da face do morto, beijou-o três vezes.