e se agarrava tanto à mocidade. A mocidade!
Vendo-a abstrata, com os olhos úmidos, cheios de tristeza, Noca avisou, já impaciente:
— Olhe, nhá Mila, a gente não deve ir tarde; o carro daqui a pouco está aí.
— Ajuda-me a vestir...
— E as meninas, lá embaixo? Lia e Rachel agora é que vão tomar banho...
— Você tem razão... eu estou mal acostumada... Vá, eu me arranjarei sozinha. Também, para este vestuário... Que saudade, Noca!
— Que se há de fazer?! Agora é ter coragem!
Duas horas depois Nina passava a última revista à casa, abria as gavetas verificando se todos os móveis estavam vazios e limpos, e percorria tudo, do salão à cozinha, da cozinha ao fundo do quintal; Noca ajudava-a na inquirição, remexendo as prateleiras e fechando as janelas e as portas.
— No escritório, por mais que tivessem lavado, lá ficava indelével, em uma sombra, no assoalho, a mancha do sangue de Francisco Teodoro. Nina ia passar por cima dela, quando Noca deu um grito. A moça recuou, olhando aterrorizada para o chão:
— Pisei?!
— Quase...