— Meu Deus!
Contemplaram-se as duas entre lágrimas.
— Foi uma grande desgraça, Noca!
— Se foi! Ainda me parece mentira...
— A mim também. As vezes julgo mesmo que ele vem da cidade e que vou vê-lo abrir o portão... Pobre tio Francisco!
Pela primeira vez, pareceu-lhes que aquela mobília impassível lhes estendia os braços numa súplica.
Na secretária, ao lado do código de Orlando, o tinteiro de prata já vazio e em que a caneta sem pena pesava num abandono de corpo morto, havia cintilações frias.
Nas paredes, chispavam as molduras dos quadros, e desenhava-se a figura atrevida do cavalheiro de bronze, de chapéu emplumado na mão, em um aceno arrogante de adeus.
Disseram-lhe o último, e fecharam a porta.
Na limpeza da casa, Nina encontra em um caixote, no porão, entre um sem número de objetos mutilados e antiquíssimos, o chicotinho com que Mário a zurzia nos dias de cólera, quando, pequena e magra, ela fazia reboar