pelos corredores a sua tosse de cão, que ele abafava gritando-lhe:
— Cala a boca! cala a boca!
Calar a boca tinha sido todo o seu trabalho na vida. Com um triste sorriso desbotado, Nina separou de todos os objetos destinados para a fogueira, aquele chicotinho revelador e profético, e guardou-o como relíquia.
Para que nascera ela, senão para ser batida?
Depois de toda a casa fechada, foram para o jardim. Camila e as duas gêmeas esperavam-nas sentadas no banco, em baixo da mangueira. Atrás delas, muito magrinha e pálida, Ruth mal sustentava a caixa do seu violino, pasmando para as árvores amadas um olhar dolorido e longo.
Um minuto depois acomodavam-se no carro. Noca fechava o portão do jardim, entregava as chaves ao criado do dr. Gervásio, que esperava ali, na rua, para ir levá-las ao patrão. Subiu por último para a caleça. Ao primeiro arranco do carro, de todos os peitos saiu um suspiro e todos os olhares se voltaram para a casa.
Ruth chorou; parecia-lhe que deixava ali o pai, o seu querido papai... Só Lia e Rachel gorgearam uma risadinha. - Enfim, iam para a casa nova!