Durante a viagem ninguém mais falou.
Para quê? Diriam todos a mesma coisa. Abafavam gemidos, disfarçavam lágrimas, e iam assim, de negro, começar nova vida.
Eram dez horas quando o carro parou em frente à casa de Nina.
Na vizinhança, tocavam exercícios num piano desafinado. O sol irradiava com força no cascalho branco do chão.
A casa era pequena, em um trecho sossegado da rua de d. Luiza, disfarçada por um jardinzinho mal cultivado. Dentro sentiram-se todos opressos; habituados à largueza de um palácio, parecia-lhes que aqueles tetos e que aquelas paredes se apertariam de repente esmagando-os a todos.
O melhor quarto fora arranjado para Mila e as gêmeas; Ruth e Nina dormiriam na mesma alcova, Noca num quarto ao fundo.
A sala de jantar, forrada de novo com ventarolas e japoneses no papel, abria para uma nesga de quintal por um patamarzinho de ladrilho que a desafogava. Tinham-na alegrado com um par de cortinas de cretone claro e uns vasos de flores na janela.
Nina explicava à tia como determinara as coisas, sujeitando-se a mudá-las, se lhe não agradasse a posição delas.