Supusera melhor suprimir a sala de visitas e fazer dela, que era ampla e clara, a sala de trabalho. Em vez do sofá, do dunkerke inútil, de uma ou outra cadeira preguiçosa, estavam ali a máquina de costura, cadeiras fortes, uma estante para músicas, um armário, uma mesa e uma tábua de engomar.

— Aquela tábua faz mau efeito aqui... murmurou Mila numa censura leve, sentando-se, muito abatida.

A sobrinha explicou:

— A saleta lá dentro é muito pequenina, ficou vazia, para as crianças brincarem nos dias de chuva. Se a senhora quer, põe-se lá a tábua.

— Depois...

Quando acabaram de percorrer tudo, Lia e Rachel pediram para ver o resto.

Onde estava a sala do piano? e o escritório? Onde guardariam as suas bicicletas? A cozinha então era aquele cochicholo?

A mãe anediava-lhes os cabelos, sem responder, com os olhos parados.

Tinham arranjado para cozinheira uma preta velha, de trinta mil réis mensais. Mila achou-a repugnante e disse a Nina que lhe pusesse ao menos um avental. E à hora do almoço não comeu; olhava para as gêmeas que iam devorando os bifes e o arroz da cozinheira nova.