— Oh Gonçalo! Oh Gonçalo!... Vaes lá para casa?
E nem esperou uma certeza, berrou de novo, bracejando:
— Nós já vamos! Jantámos cá esta tarde... A Gracinha está lá em cima, com a tia Arminda. Vamos já tambem! É um momento!
O Cavalleiro acenou risonhamente ao capitão Mendonça. Já Barrôlo mergulhára com enthusiasmo para dentro dos damascos amarellos. E os dois amigos, deixando pelo Terreiro aquelle sulco de espanto, penetraram na rua das Vellas onde um Policia se perfilou com a mão no bonet — o que foi agradavel ao Fidalgo da Torre.
O Cavalleiro acompanhou Gonçalo ao Largo d’El-Rei. Deante do Palacete um homem de boina vermelha remoía no seu realejo o côro nupcial da Lucia, espiando as janellas desertas. O Joaquim da Porta correu do pateo a segurar a egoa do Fidalgo. Com um mudo sorriso o tocador estendera a boina. E depois de lhe atirar um punhado de cobre — Gonçalo hesitou, murmurou emfim, com embaraço e corando:
— Não queres entrar e descançar, André?...
— Não, obrigado... Então ámanhã ás duas, no Governo Civil, com o Barrôlo, para combinarmos sobre os votos da Murtosa... Adeus, minha flôr! Démos um bello passeio e espantamos os povos!