N’uma esquina pegava um muro baixo de pedra solta, continuado por uma sebe, onde adiante uma velha cancella abria para a sombra d’uma ramada. Defronte, no vasto terreiro que se alargava, jaziam cantarias, uma pilha de traves; passava uma estrada, lisa e cuidada, que pareceu a Gonçalo a de Ramilde. Para além, até a um distante pinheiral, desciam chãs e lameiros.
Sentado n’um banco, junto da porta, com uma espingarda encostada ao muro, um rapaz grosso, de barrete de lã verde, acariciava pensativamente o focinho d’um perdigueiro. Gonçalo parou:
— Tem a bondade... Sabe por acaso qual é o bom caminho para a quinta do Snr. Visconde de Rio-Manso, a Varandinha?
O rapasote ergueu a face morena, de buço leve, remechendo vagamente no carapuço.
— Para a quinta do Rio-Manso... Siga pela estrada até á pedreira, depois á esquerda a seguir, sempre rente da varzea...
Mas n’esse instante assomava á porta um latagão de suissas louras em mangas de camisa, a cinta enfaixada em seda. E Gonçalo, com um sobresalto, reconheceu logo o caçador que o injuriára na estrada de Nacejas, o assobiára na venda do Pintainho. O homem relanceou superiormente o Fidalgo. Depois,