A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
449

claraboia baça, limpava as palpebras, quando esbarrou com o Barrôlo, que procurava Gracinha, para apressar o almoço.

— A Gracinha já desce! atabalhoou o Fidalgo. Está a lavar as mãos! Já desce!... Mas antes do almoço vamos á cavallariça. Devemos uma visita á egoa, a essa querida egoa que me salvou!

— É verdade, caramba! concordou logo Barrôlo revirando nos degraus, com enthusiasmo. Precisamos visitar a egoa... Grande, briosa, hein! Mas aposto que ficou mais suada que as minhas... Imagina! uma trotada d’aquellas, desde Oliveira, e nem um pello molhado! Grandes egoas! Tambem, o que eu as ólho, o que as trato!

Na cavallariça, ambos affagaram a egoa. Barrôlo lembrou que se mimoseasse com uma ração larga de cenoura. Depois — para que Gracinha, com vagar se calmasse, — o Fidalgo arrastou o Barrôlo ao pomar e á horta...

— Tu não vens á Torre ha perto de seis mezes, Barrolinho! Precisas vêr, admirar progressos. Anda agora por aqui a mão forte do Pereira da Riosa...

— Imagino! grande homem, o Pereira! Mas eu tenho uma fome, Gonçalinho!

— Tambem eu!