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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

dos annos de Gracinha. E ella andou em torno da fogueira. O estofo poído flammejou, depois o mogno pesado mais lentamente, com um leve fumo, até que uma braza ficou latejando, e a braza escureceu em cinza.

Logo n’essa semana as Lousadas, mais agudas, mais escuras, invadiram uma tarde os Cunhaes — e apenas espetadas no sophá, logo lhe contaram, com um riso feroz nos olhinhos furantes, do grande escandalo, o Cavalleiro! em Lisboa! sem rebuço! com a mulher do Conde de S. Romão! um fazendeiro de Cabo Verde!

N’essa noite, ella escreveu a Gonçalo uma carta muito longa que começava: — «Por cá estamos todos bem, e n’este rame-ram costumado...» E com effeito a vida recomeçára, no seu rame-ram, simples, contínua, e sem historia, como corre um rio claro n’uma solidão.

Á porta envidraçada da varanda o filho da Crispola espreitou — o filho da Crispola, que ficára sempre na Torre, como «andarilho», mas crescera muito para fóra da sua antiga jaqueta de botões amarellos, usava agora jaquetões velhos do Snr. Doutor, e já repuxava o buço:

— É que está lá em baixo o Snr. Antonio Villalobos, com o Snr. Gouveia e outro senhor, o Videirinha, e perguntam se podem fallar á senhora...