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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

D. Sancho legára tão vastos pedaços do Reino! Immediatamente Alemquer e os arredores d’outros castellos são devastados pela hoste real que recolhia das Navas de Tolosa. Então D. Sancha e D. Thereza appellam para El-rei de Leão, que entra com seu filho D. Fernando por terras de Portugal a soccorrer as «Donas opprimidas.» — E n’este lance o tio Duarte, no seu Castello de Santa Ireneia, interpellava com soberbo garbo o Alferes-Mór de Sancho I:

Que farás tu, mais velho dos Ramires?
Se ao pendão leonez juntas o teu
Trahes o preito que deves ao rei vivo!
Mas se as Infantas deixas indefezas
Trahes a jura que déstes ao rei morto!...

Esta duvida, porém, não angustiára a alma d’esse Tructesindo rude e leal que o Fidalgo da Torre rijamente modelava. N’essa noite, apenas recebera pelo irmão do Alcaide d’Aveyras, disfarçado em beguino, um afflicto recado da senhora D. Sancha — ordenava a seu filho Lourenço que, ao primeiro arreból, com quinze lanças, cincoenta homens de pé da sua mercê e quarenta besteiros, corresse sobre Monte-mór. Elle no emtanto daria alarido — e em dous dias entraria a campo com os parentes de solar, um troço mais rijo de cavalleiros acontiados e de