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285 Romania XI 619.

286 Cap. 137 a 148: Da aventura que nestes dias houve no reino de França.

287 Impressa pela primeira vez em 1634.

288 Hoje não se conhece exemplar algum d'essa supposta edição, anterior a 1547, anno em que appareceu a versão castelhana.

289 A epistola-dedicatoria encontra-se na edição de 1592: « Prologo de Francisco de Moraes, auctor do livro, dirigido à Ill.ma e muito esclarecida Princeza D. Maria Infanta de Portugal, filha del Rey dom Manoel que santa gloria aja, e irmãs del Rey Nosso Senhor.» — Eis os louvores que tributa á joven filha de D. Manoel: « V. A., muy esclarecida Princesa, assi entre os grandes como na gente do geral estado nã será posta em esquecimento, que de tal calidade sam vossas virtudes que com igual afeição se pregoã. Isto nã sómente acontece aos naturaes de este reyno de que vós sois filha (a que por ventura o amor da natureza e del Rey Nosso Senhor e vosso irmão porá esta obrigação) mas ainda nos reynos estranhos e mais remotos de nossa conversação e uso tendes o mesmo nome e a mesma fama. Porém como louvar vossos costumes seja cousa tamanha que enfraquece o ingenho a quem nisso mete mão, desculpa seria se quisesse proseguir materia tam alta e perderme no começo, mas a obrigação em que estou a V. A. por filha da Raynha Christianissima de França, vossa may, de que já recebi merces, me faz algum tanto passar os limites de que a minha auctoridade em tal caso pode ter, e desejar fazer algum serviço a V. A., tal que quando no corresponder a vossa grandeza, seja igual ao que eu posso. » — Conta como se lembrou de compor o Palmeirim e de o dedicar à Infanta » « cousa que alguns ouverão por erro, affirmando que historias vias não hão de ter seu assento tam alto. » — « traduzi-a em português assi por me parecer que sastifaria vossa inclinação. »

290 Estas expressões encontram-se de facto no Palmeirim. Mas tambem em outros textos, como p. ex. na Menina e Moça de Bernardim Ribeiro.

291 Palmeirim, Cap. 109.

292 Ib., Cap. 53.

293 Nos textos camonianos, esses versos vão encabeçados apenas das palavras Tenção de Miraguarda, que poucos leitores modernos interpretarão desde logo de maneira plausivel. Afim de as esclarecer, extracto do romance de Francisco de Moraes as passagens seguintes: «e indo contra a porta do castello a achou cerrada de todo, e no alto della, qu'era de pedraria, viu hum escudo de marmore encaixado na mesma pedra, e posta nelle em campo huma imagem de molher, tirada pelo natural da que vira no campo, tanto ao proprio que nam soube fazer nenhuma deferença d'huma a outra. Tinha no regaço humas letras brancas que deziam: Miraguarda. E bem lhe pareceo que aquelle seria seu proprio nome, e bem conheceo que o nome dezia verdade, que a senhora era muito pera ver e muito mais pera se guardarem della. Mas a tençam porque as letras alli se poseram nam era esta, se nam porque se guardassem do gigante Almourol, senhor d'aquelle castello, de quem depois tomou o nome; que ele as pos ali para mostrar que a ymagem do escudo era pera a verem, e elle pera se guardarem delle» (I c. 53). «Senhora, disse Daliarte, o nome he Miraguarda, e o seu parecer tal que quem bem o sentir olha-lo ha para ver o que nunca vio e goardar se-ha por nam cahir nos perigos que dahi lhe podem nacer» (c. 50) «Miraguarda, he senhora, vosso nome: quem vollo assi pos, ou naceo coa vontade livre, ou teve o juyzo fraco pera sentir o que disse, que nam sei quem vos veja que depois se queira guardar de vos ver (ou se quizer nam sey se poderá) (c. 51). Vid. C. M. de Vasconcellos, Versuch über den Ritter-romon Palmeirim de Inglaterra, Halle 1883 (p. 29).

294 Se Natercia não era a destinataria, devemos suppor que a artificiosa glosa foi composta antes da fatidica sexta-feira santa de 1544. No fervor da sua paixão ideal por D. Catharina de Ataide, o Poeta mal podia ter fallado a outra Tagide do modo seguinte, jurando

Que mór bem me possa vir
Que servir-vos, não o sei.
Pois que mais quero eu pedir,
Se quanto mais vos servir
tanto mais vos deverei?

295 Não sei de Salva alguma com representações do Palmeirim, mas de varias com scenas do Cavalleiro do Cirne, da Celestina e outras figuras evidentemente de cavallaria, mas que não é facil interpretar.

296 Tambem ha colchas figuradas com reminiscencias da Idade-media e antiguidade. Uma conheço eu que creio bordada nas salas de lavor da Infanta, sobre esboços ou indicações de Francisco de Hollanda. Vi-a em tempos no paço das Necessidades, entre as preciosidades de D. Fernando.

297 Entre essas obras citarei, por ser pouco conhecido, o Poema del Alma, i. é o lindo conto de Apuleio, nacionalizado por Juan de Mal Lara, e dirigido al alma de España, i. è á la muy alta y muy poderosa Señora D. Junna, Infanta de las Españas y Princesa de Portugal, com elogios á eximia belleza e pudicicia da sua psyche. — Só as obras offertadas a D. João III, D. Catharina, os102