Infantes D. Luis, D. Affonso, D. Duarte, D, Henrique, o Senhor D. Duarte, o Principe D. João, D. Juana e D. Sebastião constituem uma valiosa collecção.
298 Não percamos a esperança de um dia apparecerem os roes das despesas da Infanta com noticias sobre a sua livraria, tão valiosas como as que Sousa Viterbo publicou com relação à Rainha.
299 Obras de João de Barros, Resende, Montemór, Jorge Ferreira de Vasconcellos, Francisco de Moraes, Bernardes, Gaspar Barreiros (?), Azpilcueta Navarro, Manoel da Costa, Ignacio de Moraes, Luisa Sigea.
300 E o auctor do Jardim de Portugal quem assim o affirma (p. 476), e na sua pista varios escriptores modernos, como p. ex. o Conde de Villa-Franca. Não consegui vêr exemplar algum da 1.a, nem tão pouco da de 1566. Por isso nada posso accrescentar.
301 A data 1572 (que não é apenas a da impressão, mas tambem da Carta-Prologo), mostra claramente que a destinataria era filha de D. Manoel.
302 Hist. Gen., Provas VI, 391 e II 197. Entre os magnates que Antonio de Castro ensinou, avultam o Duque de Coimbra, D. Pedro de Meneses e D. João Manuel.
303 Gregorii Baetici Illiberitani Episcopi De Trinitate et Fide. — Cf. Pacheco f. 135 e Nic. Ant. 1 3. — Quanto ao Poema latino, que o biographo da Infanta lhe attribue erroneamente, veja-se Barbosa Machado 1, 9 e 11 414. Para caracterisar a extrema liberdade com que o traductor castelhano tratou o original latino, direi que num dos troços introduziu o nome do pseudo-auctor. Caliope, vendo que o poeta não reconhece a Infanta, dirige-lhe a allocução seguinte:
Tan rustico poeta, disse, oh Estacio
Tu entre poetas celebrado Aquiles,
En la flor de tus años jubeniles
Eres que de tu patria peregrino,
El astro mas luziente de palacio
No conoces con rostro tan divino?
O original dizia apenas: satis tu rusticus inquit Es vates, patria ignarus, patrique decoris.
304 Já deixei citada a obra de Luciano Cordeiro na Nota 13.
305 Sanchez Moguel dedicou um estudo a S. Francisco de Borja; o Visconde Sanches de Baena outro a Bernardim Ribeiro.
306 Visconde de Juromenha, unico auctor, que remette ao Nobiliario, não affirma ser do sec. XVI, o que me parece significativo. Apenas regista o facto que em fev. de 1649 o Prior do Hospital do Beato João de Deus de Montemór entregou ao Chantre Manoel Severim de Faria a Genealogia dos Silvas, em que se lia a Lenda de Jorge da Silva.
307 Os que com mais acerto trataram dos Silvas desconheceram ou desprezaram a anecdota. Citarei apenas Salazar (Casa de Silva VIII, 7), Anselmo Braamcamp Freire (Brasões de Cintra) e um Nobiliario dos Silvas, ms. de fins do sec. XVI ou principios do sec. XVII, que possuo. Sobrio e em geral exacto, constitue excepção á regra de o genealogista ser mentiroso por indole e officio ou por vaidade e parvo geralmente de nascença — regra antiga com muita graça resuscitada pelo Cicerone da Sala de Cintra.
308 Juromenha IV 452. De lá passou para a Historia de Camões, de Th. Braga, 125 ss.; para as obras de Wilhelm Storck Vida § 138 e 165; id. Obras Completas de Camões, vol. I 381 e 399, sem lhes merecer reparos. Creio ter sido a unica que levantou duvidas sobre a sua veracidade na Zeitschrift VIII p. 13.
309 Hoje o antigo proverbio é citado em geral na variante: Papagaio perdeu a pena; não ha mal que lhe não chegue. Conheço mais tres variantes: Quando ao gavião lhe cae a pena, tambem the caem as asas; Oliveira não tem folha, o pavão lha comeu toda, e O' pavão cahiu-lhe a pena, não ha mal que lhe não venha. Mulher do povo que cite est'ultima, á vista de qualquer ave de Juno em muda, costuma entoar logo a quadra:
Coa pena do pavão
E sangue de minhas veias
Hei de escrever ao meu amor
Que anda em terras alheias.
As Oitavas VII sobre uma infeliz, presa no Limoeiro, contêem uma Petição ao Regedor, escripta provavelmente em 1572. N'esse anno quem exercia o cargo era um sobrinho de Jorge: Lourenço da Silva, primogenito de seu irmão mais velho, Diogo da Silva. Cf. Nota 313.
310 O primeiro Conde de Linhares (1551) casara com D. Joanna da Silva, filha do primeiro Conde de Portalegre; e Camões era servidor d'esses titulares.
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