— Deus Nosso Senhor lhe dê as mesmas, senhor vigário! respondeu a criada, quase que ao mesmo tempo que o hortelão.

E a boa velha, pensando em Robino, que continuava a dormir a um canto, foi tratar de afastá-lo dali, para poupar a Ângelo o espetáculo daquela imoralidade.

Mal, porém, lhe pôs as mãos em cima, 0 pequeno gritou acordando:

— É de virar! É de virar! Hup! Hup! Hurra!

— Que é isto?. . . perguntou Ângelo, voltando o rosto.

— Ora! Que há de ser?... explicou a criada, enquanto Jerônimo carregava o pequeno lá para dentro. É o mariola do Robino que está que se não pode ter nas pernas! Se não fosse o hortelão, ficaria aí estendido pelo caminho e talvez se afogasse na enxurrada, que vamos ter muita chuva! Seria bem feito!

— Coitado!. . . murmurou Ângelo.

— Coitado?! Ainda o sr. vigário diz: "Coitado!"?. . . nunca vi cousa assim! Isto já não é bondade é tolerância demais! ter pena de um maroto que se vai meter na taverna do Bruxo até ficar a cair!. . . O sr. vigário faz mal em proteger semelhante biltre, que para nada serve! Queria ver se o despedissem daqui, onde ele encontraria quem o aturasse!. . .

— Por isso mesmo não devemos despedi-lo... Observou