cofre entre as mãos, começou a considerá-lo atentamente. Era um lindo objeto de luxo, uma boceta de ébano com incrustações de ouro, e guarnecida de artísticas miniaturas em marfim, que representavam assuntos mitológicos.

Em cima, na tampa, havia o nome da cortesã, cercado de flores e borboletas.

Ângelo continuou a admirar o bonito estojo, voltando-o de todos os lados, abrindo-o e fechando-o repetidas vezes.

Mas de repente, estremeceu e repeliu-o, torcendo o rosto para não vê-lo.

Tinha descoberto, entre um grupo de anjinhos e cupidos cor-de-rosa, um pequeno oval de meia polegada com um delicadíssimo retrato de Alzira, primorosamente trabalhado, e de uma semelhança inexcedível.

Não quis vê-lo; voltou as costas ao cofre. Mas seus olhos instintivamente procuravam a formosa miniatura.

E o mísero compreendeu e pressentiu que aquele retrato, era mais um inimigo que lhe invadia traiçoeiramente o espírito.