114
O CASAMENTO DO NARIZINHO

tados em peixes electricos ficaram carregadissimos de electricidade, como pilhas, e assim, mal seus ferrões tocaram o polvo, produziu-se um terrivel choque electrico que o fulminou. E não fulminou Rabicó tambem? Não. Rabicó agarrara-se por acaso a um para-raio que havia alli.

Assim que se viu solto dos tentaculos do monstro, correu elle, coin, coin, coin, para onde estava o menino. Mas apezar de salvo continuava, coin, coin, coin, como se ainda estivesse soffrendo alguma coisa. Pedrinho examinou-o. O pobre marquez estava com um siri ferrado na pontinha da cauda!

Escapei dum mas cahi noutro! gemeu o misero. Este polvinho que me está agarrado á cauda é duas vezes mais doído que o grande...

Em vez de livral-o do siri Pedrinho achou graça no caso.

— Você fica lindo assim, marquez! Esse siri na cauda vae muito melhor que o laço de fita vermelha, e deixou-o como estava.

Pedrinho foi dalli examinar o polvo moribundo, naquelle momento rodeado dos valentes couraceiros. Nisto viu o visconde, que vinha descendo do mastro com a baratinha do mar dentro da cartola.

— Acho que esta baratinha deve ser uma "Balabera gigantea" das Indias Occidentaes... começou elle a explicar.

O menino ficou damnado.

— E eu acho que o senhor visconde é uma perfeita inutilidade, disse, dando-lhe um peteléco na cartolinha. Foi para pegar baratas que eu o mandei subir ao mastro?

— E' verdade! exclamou o visconde batendo na testa. Esqueci-me completamente da sua recommendação. Mas não faz mal; volto para lá outra vez e assim que as tropas do principe apontarem ao longe darei signal.

— Volta para o palacio, isso sim. Não vê que Rabicó